Árvore Capital



Zé Povinho na rua contra Merkel e Sarcózy


A hipócrisia natalícia aí está com renovada intensidade, escondendo a miserabilidade de um governo completamente prostado perante o capital europeu que faz abater sobre todos nós uma catadupa de medidas anti-populares. Os hipócritas governamentais e os seus sequazes passeiam a apelidada solidariedade quanto na realidade preparam-se para por os trabalhadores portugueses numa situação de uma autêntica catástrofe social.
Mais do que nunca a hora è de luta, cujos efeitos só obtêm resultados com a organização consciente dos trabalhadores num combate que se advinha muito árduo.

Fim ao terrorismo social

A cada dia que passa, somos bombardeados com mais uma medida gravosa: mais impostos, mais horas de trabalho, menos dias de férias, menos feriados, cortes nos subsídios de Natal e de férias e cada vez mais precariedade e maiores ritmos de trabalho para quem trabalha; menos indemnizações e redução do valor e do tempo de subsídio de desemprego para quem é despedido; pensões e reformas reduzidas para quem chegou à velhice depois de ter trabalhado arduamente e descontado toda a vida; aumento do preço dos transportes, menos transportes e novas portagens para quem tem de deslocar-se; maiores taxas moderadoras e serviços de saúde mais caros para quem tem o azar de ficar doente; ensino mais caro para quem quer estudar; menos apoios sociais e aumentos brutais do gás, água e electricidade para todos. Quem já vivia com dificuldades vê o seu futuro a caminhar para o abismo. De cada vez que um membro do governo anuncia que “já não serão necessárias mais medidas”, é certo que no dia seguinte somos surpreendidos com medidas ainda mais duras.

Ao mesmo tempo, sobram milhões para a banca e todos os grandes grupos económicos, aumenta o dinheiro para as polícias de forma a garantir a repressão caso os mais atingidos por estas medidas resolvam revoltar-se, organizada ou espontaneamente, distribui-se ao desbarato o património do estado por grupos privados, os corruptos ficam impunes, seja no BPN ou na Madeira.

Não se trata de uma obscura conspiração dos mercados nem de uma maldade ou incompetência do governo, é apenas o sistema capitalista no seu funcionamento normal em tempo de crise: roubar o máximo a quem está na parte mais baixa da escala social e assim preservar e mesmo aumentar os lucros do topo da pirâmide. Assistimos a uma total submissão do governo português aos ditames do grande capital internacional, por via da troika UE/BCE/FMI. Repetem até à exaustão que não temos alternativa, que temos de fazer “reformas estruturais” e pagar a dívida deles, que temos de obedecer e calar.

Mas a nossa paciência já chegou ao limite. É altura de seguir o exemplo daqueles que em todo o mundo têm resistido a esta ofensiva global do capitalismo que quer sobreviver à sua mais profunda crise de sempre tornando mais pobres todos os povos do mundo. Os tunisinos, os egípcios, moçambicanos, chilenos, gregos, nova-iorquinos, londrinos, madrilenos, todos têm recusado e resistido aos planos de “ajuda” e restruturação impostos pelo FMI ou pelos seus governos, a mando dos 150 grupos financeiros e dos 500 super-monopólios que controlam a economia mundial. Por vezes têm enfrentado uma brutal repressão porque dinheiro para as forças policiais e militares não falta.

É hora de resistir, é hora de lutar! Repudiemos a dívida e as políticas de austeridade! Queremos uma economia ao serviço do povo e um governo que resiste à ocupação do país pelas potências estrangeiras!